segunda-feira, 28 de abril de 2008

Insurreição social com subida da factura alimentar

Imagem de Filipinos que lutam desesperadamente para comprar arroz subsidiado pelo Governo.


A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) alerta que a factura dos cereais nos países mais pobres pode subir 56%. Em vários países africanos o aumento pode atingir os 74%.

O elevado preço da comida vai originar insurreições sociais. A insatisfação já se faz notar em países como o Egipto, Camarões, Senegal, Burkina Faso, Etiópia, Indonésia, Madagáscar, Filipinas e Haiti, revela a FAO. No Paquistão e na Tailândia, as autoridades foram obrigadas a movimentar tropas para proteger plantações e quintas, alvo de pilhagens. “A inflação no preço da comida atinge os mais pobres de forma mais intensa, uma vez que afecta uma percentagem muito mais elevado nas despesas totais do que nas populações mais ricas”, disse Henri Josserand, da FAO. “A comida representa cerca de 10-20 por cento do total das despesas nas nações industrializadas, mas até 60-80 por cento nos países em desenvolvimento, muitos dos quais dependem da importação de alimentos”.

O preço dos cereais não pára de crescer É uma tendência que se tornou ainda mais vincada nos últimos dois meses. De acordo com a organização das Nações Unidas, o preço do arroz e trigo duplicou relativamente ao valor verificado há um ano. A FAO indica que as reservas mundiais de cereais devem cair para um mínimo dos último 25 anos. “Qualquer quebra na produção, resultado de condições meteorológicas desfavoráveis, particularmente em países exportadores, prolongarão a já apertada situação no mercado e contribuirá para mais subidas do preço dos cereais”, aponta o relatório agora revelado pela a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. A FAO exorta todos os doadores a aumentaram a assistência aos países mais necessitados. Estima-se que para fazer frente a esta situação será necessária uma contribuição na ordem dos 1,7 mil milhões de dólares. É urgente apoiar os agricultores mais pobres e aumentar a produção nas próximas colheitas. De acordo com a FAO, há actualmente 37 países que estão a sofrer uma crise alimentar.

Sem comentários: